Acerca de mim

Gosto de partilhar os meus conhecimentos com as pessoas, gosto de ter amigos, gosto de estar bem disposta, gosto de estar com a minha família, gosto muito da minha filha Rita

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O BAGUINHO DE MILHO

Era uma vez um casal que não tinha filhos. A mulher pedia muito a Nossa Senhora que lhe desse um filho, e disse-lhe nas suas orações que não se importava que fosse do tamanho de um grão de milho. Ao fim de nove meses, ela pariu um filho, mas tão pequeno, tão pequeno, que era mesmo do tamanho de um grão de milho. Foi-se passando tempo e o pequeno não crescia nada, de maneira que ficou sempre do mesmo tamanho. 
O pai era lavrador e, quando andava a trabalhar no campo, era o Grão-de-Milho que lhe ia levar o jantar numa cesta; mas, como era tão pequeno, ninguém o via, por isso aquela cesta parecia que ia a correr pela estrada abaixo. O pai recomendava-lhe sempre que ele não se chegasse para o pé dos bois.
Um dia que ele tinha ido levar o jantar ao pai, quando estava a brincar trepou para cima de uma folha de milho e um dos bois, pensando que era um grão de milho, lambeu-o com a língua.
O pai quando quis voltar para casa, por mais que o procurasse não deu com ele, mas tanto chamou, tanto chamou que, por fim, ouviu o filho responder que o boi o tinha comido e estava dentro das tripas. O pai ficou muito aflito e matou logo ali o boi e começou a procurá-lo nas tripas, mas por mais que procurasse não o encontrou, até que deixou ficar tripas e tudo. Fui para casa muito triste.
De noite, um lobo, atraído pelo cheiro da carne, veio e comeu as tripas do boi, e deitou a fugir. O lobo teve umas grandes dores de barriga e o Baguinho-de-Milho começou a gritar-lhe de dentro da barriga: " Tira-me daqui... tira-me daqui... " O lobo ao ouvir uma voz dentro dele, teve tanto medo que cada vez fugia mais e não conseguia obrar. O Baguinho-de-Milho continuava a gritar: "Tira-me daqui ... tira-me daqui...", até que o lobo tão atrapalhado  conseguiu fazer as suas necessidades. 
O Grão-de-Milho logo que saiu cá para fora, lavou-se muito bem lavado numa pocinha de água que ali estava e foi por ali fora. No meio do caminho encontrou uns almocreves que levavam os machos carregados de dinheiro e pediu-lhes que o ajudassem a  ir para casa.
De repente, saltam uns ladrões, matam os almocreves e levam os machos com o dinheiro para uma casa que havia nuns pinhais. O Baguinho-de-Milho, como ia metido dentro duns alforges, foi também sem ser apanhado. Os ladrões despejaram o dinheiro em cima de uma grande mesa e começaram a contá-lo. O Baguinho-de-Milho pôs-se debaixo da mesa e começou a gritar: "Quem me dá dez réis?, quem me dá dez réis?!" Os ladrões, assim que ouviram isto, tiveram tanto medo que deitaram a fugir. Então o Baguinho-de-Milho meteu o dinheiro todo dentro dum saco, pô-lo em cima dos machos e foi para casa. 
Quando lá chegou, era ainda de noite e bateu à porta.
O pai perguntou: "Quem está aí?"
E ele respondeu: "Sou eu, meu pai; abra depressa."

 O pai veio logo abrir a porta e o Baguinho-de-Milho contou-lhe então tudo, entregou-lhe os machos e o dinheiro e o lavrador, que era pobre, ficou muito rico.

1 comentário:

  1. Exma sr.ª Ouvi tantas vezes esta historia pela minha avó contada!!!! Que saudades. Obrigada

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