Acerca de mim

Gosto de partilhar os meus conhecimentos com as pessoas, gosto de ter amigos, gosto de estar bem disposta, gosto de estar com a minha família, gosto muito da minha filha Rita

terça-feira, 11 de março de 2014

BELA E A COBRA


Era uma vez um rei que tinha três filhas, uma das quais era muito formosa e ao mesmo tempo dotada de boas qualidades. Chamava-se Bela. O rei tinha sido muito rico, mas, por causa de um naufrágio, ficou completamente pobre.
Um dia foi fazer uma viagem; antes porém perguntou às filhas o que queriam que ele lhes trouxesse.
A mais velha disse-lhe:  – Eu quero um vestido e um chapéu de seda.
A do meio disse: – Eu quero um guarda-sol de cetim.
– E tu que queres? – perguntou o pai  à filha mais nova.
– Uma rosa tão linda como eu, respondeu ela.
– Pois sim, disse ele.
E partiu.
Passado algum tempo trouxe as prendas das suas filhas, disse à mais nova:
– Pega lá esta linda rosa. Bem cara me ficou ela!
Bela ficou muito preocupada e perguntou ao pai por que é que lhe tinha dito aquilo. Ele, a princípio, não lho queria dizer, mas ela tantas instâncias fez, que ele lhe respondeu que no jardim onde tinha colhido aquela rosa encontrou uma cobra, que lhe perguntou para quem era a rosa; então ele tinha-lhe respondido que era para a sua filha mais nova: A cobra disse-lhe que ele tinha que lhe levar a rapariga, se não, ele seria um homem morto.
A rapariga ao ouvir isto disse-lhe: – Meu pai, não tenha pena, que eu vou.
Assim foi. Logo que ela entrou naquele palácio, ficou admirada de ver tudo tão asseado, mas ia com muito medo. O pai esteve lá pouco de tempo e depois foi-se embora. Bela, quando ficou só, foi a uma sala e viu a cobra. Ia-se a deitar quando começaram a ajudarem-na a despir. Estava ela na cama quando sentiu uma coisa fria; ela assustou-se e deu um grito e disse-lhe uma voz: – Não tenhas medo.
Em seguida, foi ver o que era e apareceu-lhe uma cobra. Ela, a princípio, assustou-se, mas depois começou a afagá-la. Ao outro dia de manhã,  apareceu-lhe a mesa posta com o almoço. Ao jantar viu pôr a mesa, mas não viu ninguém; a noite foi-se deitar e encontrou a mesma cobra. Assim viveu durante muito tempo, até que um dia foi visitar o pai; mas quando ia a sair ouviu uma voz que lhe disse: – Não te demores acima de três dias, senão morrerás.
Ia a continuar o seu caminho e já se tinha esquecido do que a voz lhe tinha dito. Chegou a casa do pai. Já iam a passar os três dias, quando Bela se lembrou que tinha de voltar para o palácio; despediu-se de toda a sua família e partiu montada no seu cavalo; chegou lá à noite, foi-se deitar, como era hábito, mas já não sentiu o tal bichinho dentro dos lençóis. Cheia de tristeza, levantou-se pela manhã muito cedo, foi procurá-lo no jardim e qual não foi a sua admiração vendo-o no fundo dum tanque, com muita dificuldade para respirar! Ela começou a afagar a cobra,  chorando; mas, quando chorava, caiu-lhe uma lágrima no peito da cobra; assim que a lágrima lhe caiu em cima do peito, a cobra transformou-se num príncipe, que ao mesmo tempo lhe disse: – Só tu, minha donzela, me podias salvar! Estou aqui há uns poucos de anos e, se tu não chorasses sobre o meu peito, ainda aqui estaria cem anos mais.

O príncipe gostou tanto dela que casou com ela e lá viveram durante muitos anos.

FIM

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